O currículo é composto de materialidade e subjetividade, nele corporificamos a herança cultural historicamente construída e as relações não prescritas que permeiam o cotidiano escolar, sendo portanto um tema relevante para nossos debates. Dessa forma o BLOG é um espaço para trocarmos ideias, teimarmos e dialogarmos sobre as teorias do currículo, suas rupturas, releituras e comprometimento social.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais
1. Parâmetros Curriculares Nacionais
Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram criados em dezembro de 1996, através do Ministério da Educação, com a intenção de nortear e garantir a formação básica comum. Buscam unificar os Currículos Escolares para que nenhum individuo tenha uma educação deficitária.
O Currículo Escolar é um projeto que estabelece um elo entre os princípios e a prática, incluindo tanto a matéria a ser ministrada quanto as características da região. Torna-se, assim, um roteiro para orientação do professor.
Formado por uma base nacional comum, tanto para o ensino médio quanto para o fundamental, contêm: Língua Portuguesa, Matemática, Ciências (Química, Física e Biologia), Historia e Geografia, além do ensino de Artes, Educação Física, Língua Estrangeira Moderna e, facultativo, Ensino Religioso.
Mas sua face mais inovadora é à parte diversificada, que busca atender as exigências regionais. Estão inclusos os temas transversais para garantir a formação do cidadão, onde serão tratados assuntos como Orientação Sexual, Meio Ambiente, Saúde e Ética. A inclusão fica a cargo da escola, que decide o que é mais conveniente.
A mudança de enfoque quanto aos conteúdos ministrados em uma disciplina reside no prolongamento de tal conteúdo, ou seja, abandona-se à postura de confinamento do ensino pelas paredes da escola, tornando-o uma ferramenta para usufruir e compreender as informações culturais, sociais e econômicas da sociedade em que o aluno vive. O ensino passa a ser útil e justificável.
Os conteúdos são assumidos como portadores de três características distintas: temos, assim, os conteúdos conceituais, os procedimentais e os atitudinais. Os conteúdos conceituais são o inicio: é através deles que o aluno entra em contato com os fatos e princípios. Assim, são responsáveis por toda construção da aprendizagem, pois são detentores das informações: são as bases para assimilação e organização dos fatos da realidade. Inconscientemente, o ser humano guarda e atenta a tudo que vê, mas não entende. Como uma reação em cadeia, os fatos passam a compreensão.
Seguindo uma linha de posse dos conteúdos conceituais, o aluno detém os fatos, mas não pode lidar com eles. Os conteúdos procedimentais visam o saber fazer, atingindo uma meta através das ações. Ao contrario do que ocorre na maioria das vezes, é necessária a intervenção do professor, pois este não é um processo individual. Saber resolver não implica na compreensão do conteúdo, uma aprendizagem mecânica não é o objetivo da atual educação, mas sim fornecer instrumentos para que o aluno possa resolver diferentes questões.
Por sua vez, os conteúdos atitudinais estão presentes em todo conhecimento escolar, estão enredados no dia a dia e proporcionam ao aluno posicionar-se perante o que apreendem. Detentores dos fatos e de como resolvê-los, é imprescindível que o aluno tenha uma postura perante eles. É na escola onde se forma grande parte do indivíduo, por isto a escolha deste conteúdo é complexa: sobre o estudante, devem ser levados em consideração o lado emocional e o grupo a que pertence, além das questões serem tratadas de maneira imparcial pelo educador, formando assim verdadeiros cidadãos.
Talvez a questão mais polêmica que envolve um Currículo Escolar é quanto a sua finalização. Estará ele completo? Nada, em tese, pode ser avaliado. Todo projeto necessita da prática, de tempo para consolidação: um projeto recente ainda não teve seu reflexo. Deste modo, um Currículo está sempre em construção. É necessário acompanhar os resultados junto às salas de aula para melhorá-los sempre e compartilhar as descobertas de um professor com todos os outros.
© Revista Eletrônica de Ciências - Número 27 - Junho/Julho/Agosto de 2004.
RETIRADO: http://cdcc.usp.br/ciencia/artigos/art_27/psiedu.html
ACESSADO EM 10.08.2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA parte diversificada e seus temas transversais tem a responsabilidade de formar do cidadão de forma que o mesmo tenha uma participação mais democrática na sociedade! As escolas precisam assumir essa responsabilidade (e estão assumindo!)
ResponderExcluirBeijos,
Maíra e Orzete.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOs PCNS deveriam ser mais trabalhados nas escolas. Os professores deveriam ter mais interesse em conhecê-los.
ResponderExcluirCleciane Monteiro, Sandra Monteiro e Claudênia Mesquita.
É importante salientar que os PCNs são um roteiro para o professor, que é formado pela base nacional comum e a parte diversificada, sem esquecer dos temas transversais que são responsáveis pela formação do cidadão.
ResponderExcluirO interessante nos PCNs é, também, a possibilidade que é oferecida de regionalizar os conteúdos.
Marcio Landim e Louise Azevedo
Seria o "norte" para os educandos. Esse elo que propõe o programa com tais diversidades, inclusões,etc...se funcionasse de maneira a alavancar a aprendizagem de maneira mútua, professor/aluno, seria a realização de muitos sonhos...
ResponderExcluirComo o que ocorre com muitas coisas no Brasil , a falta de interresse por parte dos professores e de todo o universo de uma escola,faz com que os PCN's sejam colocados nas gavetas apenas para consultas eventuais e exporadicas.
ResponderExcluirOs PCN's seriam trabalhados de maneira mais eficaz se houvesse uma melhor qualificação por parte dos professores e uma realidade compatível das instituições de ensino. Edicelma e Mayanna.
ResponderExcluirOs PCN'S vieram nortear o professor de escola pública quanto aos saberes a serem construídos com os alunos. Os conteúdos são apresentados de forma bastante compreensiva.
ResponderExcluirMartha Veríssimo
É essencial ter um parâmetro de conhecimento norteador da prática educacional, mas um grande desafio é atualizar esses parametros na nossa realidade.
ResponderExcluirRosiana e Francilene Germano
Alguns dos problemas nas escolas hoje na minha opinião é o pouco conhecimento e manuseio dos pcn´s que é um grande suporte para orientação na produção do curriculo
ResponderExcluirAna Paula, fa7
Infelizmente a maioria dos professores não conhecem os PCN’s , pior que isso é a falta de interesse dos próprios .
ResponderExcluirMárcia Matias
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOs PCNs foram muito bem escritos. Foram criados para ser um roteiro de orientação do professor. Dos PCNs, funciona, ainda com deficiências, a parte que garante a base comum. Quanto à parte diversificada, que deve “atender às exigências regionais”, ainda há muito a desejar. Há temas transversais que passam longe de serem explorados nas escolas. Outros temas que nem transversais são. Por exemplo, o trânsito, realidade que, há tempo, exige uma mudança urgente de mentalidade. Orientação sexual... Temos professores preparados para assumir esta tarefa. Enquanto isso o numero de gravidez precoce, AIDS e outras doenças venéreas está aumentando. Os conteúdos procedimentais e atitudinais são pouco palpáveis.
ResponderExcluirGustavo Ioschpe, no artigo A TENSA RELAÇÃO ENTRE FAMÍLIAS E ESCOLAS na revista Veja (10/08/2011) diz que o papel da escola é cumprir a “agenda mínima: transmitir conhecimento e competências. As escolas estão assoberbadas com a agenda “máxima” que é imposta pela sociedade”. Todavia, a realidade que conheço é que, conscientes ou não, os pais exigem que a escola ensine a seus filhos como se comportar, viver as regras da boa convivência, a ter consciência, o respeito etc. A quem compete preparar, capacitar a maioria dos pais para o exercício da cidadania, do amor, de uma cultura de paz?
É aí que entra a parte diversificada dos PCNs.
Afinal, por que os PCNs não são ainda uma realidade em nossas escolas. Vemos isso pela inconsistência das características dos seus conteúdos: conteúdos conceituais, os procedimentais e os atitudinais. No que diz respeito à parte da base comum também não podemos dizer que anda a contento. Prova disso, é que há alunos, em muitas escolas, que chegam ao 9º ano sem saber ler ou escrever. Com dificuldades nas 4 operações e sem compreender a história do seu estado, do seu país e outras carências. Talvez falte ao professor mais tempo para se preparar melhor. Para uma formação continuada etc. Ou mesmo a presença de um supervisor competente, preparado que saiba compartilhar. Mais uma indagação: qual escola que para pra estudar os PCNs? Só na “semana pedagógica”e olhe lá.
Prof.Gerardo (PARDAL)